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  • Foto do escritorAdriana Dias Titton

Nossa postura revela muito mais do que nossa estrutura física. Já pensou sobre isso?

Atualizado: 20 de fev. de 2019

Você já procurou observar como sua postura pode estar relacionada com seu modo de ser e de estar no mundo? Talvez essa relação não pareça muito evidente em um primeiro momento, porque tendemos a fazer uma separação e uma diferenciação muito clara entre nosso “corpo” e nosso “ser”. Ao CORPO geralmente associamos aspectos como: nossa saúde física, alimentação, exercícios físicos, postura, condicionamento físico, descanso, etc. Por outro lado, quando pensamos no nosso SER, tendemos a associar a nossas emoções, nossa forma de nos relacionar, nosso entendimento sobre as coisas, nossa personalidade, etc. Como seria, então, integrar, esses dois aspectos aparentemente tão separados e distintos?


Um exercício que pode ser interessante de se fazer, especialmente  nos tempos de hoje, em que alguns padrões bem específicos de corpo tendem a ser mais valorizados, é o de observar, em um local público, a diversidade das pessoas e seus corpos: alguns mais robustos e outros mais franzinos, alguns com o peito mais afundado e outros com o peito mais para fora, alguns com ombros mais altos e outros com ombros mais baixos, alguns com a cabeça projetada para frente e outros com a cabeça retesada para trás, e assim por diante. É verdade que as características particulares da estrutura física de cada pessoa são fortemente influenciadas pela genética/hereditariedade (as características que herdamos de nossos pais, transmitidas ao longo das gerações) e pelo convívio (muitas vezes sem perceber, nossas expressões faciais, movimentos e outras características do nosso jeito de ser tornam-se muito parecidas com aquelas das pessoas com as quais convivemos mais intensamente). Mas nossas características pessoais são igualmente impactadas pela expressão de como nos sentimos em relação a nós mesmos, com as outras pessoas, com as situações e o mundo ao nosso redor. Por exemplo, se sou uma pessoa mais reservada e introspectiva, pode ser que eu tenda a manter um olhar mais baixo (olhando mais para “dentro”), fazendo com que a região do meu peito e meus ombros fiquem mais fechados, tornando minha respiração mais curta e o fluxo de oxigênio menor e, consequentemente, diminuindo a energia e vitalidade disponível para interagir com as pessoas e as situações ao meu redor. Por outro lado, se sou uma pessoa mais expansiva, pode ser que meu olhar e meus sentidos tendam a estar mais abertos para as pessoas e o ambiente ao meu redor, fazendo com que a região do meu peito fique mais aberta, permitindo uma respiração mais ampla e um maior fluxo de oxigênio e, consequentemente, aumentando minha energia e vitalidade para estar no mundo. Desta forma, conforme nossos jeitos de ser e nossas atitudes vão se repetindo ao longo da vida, vão criando padrões específicos de tensão no nosso corpo – uma combinação de regiões com mais tonicidade e outras com menos – que vão modelando nossa postura, no nosso corpo (sua estrutura) e no nosso jeito de ser.  


Então, quando buscamos ajuda para melhorar nossa postura, não estamos mexendo apenas em músculos, tentando liberar tensões em algumas regiões e aumentar a tonicidade em outras. Estamos mexendo também no nosso jeito de ser e em nossa história de vida, que estão organizados e registrados na nossa estrutura física (nos nossos tecidos e na nossa fisiologia). Por isso, na vida – e mais especificamente quando um trabalho corporal está envolvido – o respeito a cada corpo e à forma como ele se construiu ao longo de sua vida é fundamental. Significa respeito à pessoa e a sua história.


É esse olhar – de CORPO e SER integrados – que os praticantes de Rolfing® Integração Estrutural procuram exercitar em seu trabalho, possibilitando para seus clientes que as sessões sejam um espaço de descobertas sobre seu corpo, sua postura e a relação desta com seu jeito de ser, bem como um espaço de abertura de novas possibilidades, à medida que os toques, os movimentos e os significados que vão sendo descobertos permitem o surgimento de novas sensações corporais, novos jeitos de estar no seu corpo e de estar e se relacionar no mundo.

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