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  • Foto do escritorAdriana Dias Titton

FAXINA, PSICOTERAPIA E ROLFING®

Outro dia, deparei-me com uma postagem da Viviane Mosé, que continha a seguinte citação:


"Desde que nascemos construímos socialmente espaços psíquicos marcados por limitações. Periodicamente precisamos ampliar estes limites, rasgar a alma para que se torne maior, de modo que possa caber mais mundo. Mas somos mesquinhos, não queremos crescer, mas conservar. Se perder e depois se encontrar maior, mais forte é o que nos exige a vida. Nascemos e morremos muitas vezes. Viver é do departamento da coragem."


A citação encantou-me porque traduz, para mim, de uma forma muito bela, uma sensação que já vivi em alguns momentos bem particulares da minha vida: essa sensação da gente abrir espaços novos na gente mesmo, ao mesmo tempo em que faz uma revisão daquilo que já está lá guardado há algum tempo, para decidir se queremos levar aquilo conosco na nossa vida dali para diante ou não. E então, dessa mescla de uma parte do antigo com uma parte do novo, a gente vai se transformando em algo um pouquinho diferente de quem a gente era, e a vida que a gente vive também.


E o que o Rolfing® tem a ver com isso? Explico um pouco mais.


Usando um termo bem atual, talvez possamos chamar o processo descrito na citação acima de “atualização”. E, no nosso cotidiano da vida prática, estamos bem familiarizados com essa necessidade em vários domínios para que tudo siga funcionando bem: nosso aparelho de celular e computador e seus respectivos aplicativos e programas em versões atualizadas; nosso carro e suas revisões periódicas; nossa casa e a faxina que podemos fazer, de tempos em tempos, para nos desfazer daquilo que já não nos serve mais e abrir espaço para coisas novas, ou simplesmente para voltar a ter mais espaço livre.



Em termos de crescimento pessoal, os processos de psicoterapia também servem justamente para isso, para essa espécie de “faxina interna”: podermos olhar para como definimos a nós mesmos e à vida, descobrindo registros e vivências que foram ficando um tanto amontoados, outros que nem sabíamos que estavam lá, e alguns que seguem fazendo muito sentido para nós, por exemplo. E dessa bagunça toda colocada para fora em que nos perdemos temporariamente (mas com apoio terapêutico que nos ajuda a suportar tudo isso!), vamos encontrando uma nova organização, uma nova forma de integrar todos esses registros e descobertas. Então, tornamo-nos uma versão mais atualizada de nós mesmos, para seguir aproveitando a vida cada vez mais!


Mas, afinal de contas, onde se encontra o Rolfing® nesse cenário?


Bem, digamos que ele é uma versão corporal do que descrevi acima sobre a psicoterapia. Ao longo da vida, também somamos inúmeros registros de experiência em nossos tecidos, órgãos e sistemas. A maior parte deles está bem organizada e integrada e, por isso, seguimos vivos e com uma identidade de que esse corpo somos nós. Porém, há sempre partes nem tão bem integradas, um tanto “amontoadas”, ou que deram um jeito de se encaixar de uma forma mais ou menos provisórias e que foi se tornando permanente. Com o tempo, isso faz aparecerem os desconfortos, as dores, as tensões e as lesões. Então, se tivermos a oportunidade de olhar para como está nosso corpo, para as soluções que fomos encontrando em termos de postura e alinhamento para nos expressarmos e vivermos nossa vida, podemos também atualizar esse nosso “eu-corporal”, de forma que possamos seguir os próximos capítulos da nossa vida sentindo mais bem estar em nosso próprio corpo, mais leveza, fluidez e flexibilidade para novas experiências. Que tal?

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